Estou escrevendo esse post 10 dias depois da minha volta da viagem pra Cuba, mas parece que meu coração ainda está lá. Estou tão louca por esse lugar que pra ser honesta não sei nem por onde começar a falar.
Eu nunca tive muita vontade de ir pra Cuba. Amo viajar e tinha curiosidade de conhecer assim como tenho de vários outros lugares, mas não estava na minha lista dos 10 países que mais quero conhecer. Essa viagem acabou acontecendo graças à um grupo de amigos que queriam ir pra lá e colocaram eu e a Lindsey nos planos deles.
Eu como sempre fiz várias pesquisas antes de ir o que foi ótimo porque praticamente não tem internet lá, então foi bom ter um plano com algumas coisas pra fazer. Porém, uma das melhores partes da viagem foi não ter internet e as coisas que fizemos improvisadas no momento.
Na hora que chegamos em Havana e começamos a andar pelas ruas de Havana Vieja um monte de sensações e perguntas passaram pela minha cabeça. Estar em um país comunista que praticamente parou no tempo em 1959 fez cair a ficha de tantas coisas que eu nunca tinha prestado atenção. No começo fiquei com uma certa pena dos jovens que cresciam ali. Fiquei imaginando como seria a minha vida se eu tivesse nascido em Cuba. Eu que gosto de sonhar grande e correr atrás dos meus objetivos, que sempre estou procurando algo novo pra usar como propósito. Achei que iria odiar ser de um lugar que tem ainda menos oportunidades que o Brasil.
Mas logo no segundo dia da viagem conhecemos o David, um jovem Cubano completamente inteligente, carismático, e acima de tudo feliz. Conhecemos ele em um bar e ele acabou mostrando vários lugares pra gente, e no fim da noite eu descobri que ele não tinha casa. Que comia e dormia na casa de amigos todas as noites. A minha primeira reação foi encher os olhos de lágrima porque fiquei indignada que um jovem tão incrível tinha que viver dessa forma. Fique me perguntando o por que de algumas pessoas nascerem com tantos privilégios e enquanto outras tinham nada. Fechei os olhos e agradeci por todas oportunidades que tenho. Me senti idiota por as vezes reclamar de coisas tão banais. E fui dormi pensando no David e no povo Cubano.
No dia seguinte encontramos o David de novo, o que não foi muito fácil considerando que não tínhamos internet e nem celular. E foi nesse dia que comecei a perceber que a falta de oportunidades e ambição é o que faz o povo Cubano tão feliz. Em todos os momentos que eu olhava pro David ele estava com um sorriso enorme no rosto. Ele nos apresentou vários amigos, e estavam sempre cantando e fazendo brincadeiras. Foi ai que eu notei o quanto eu estava equivocada no primeiro dia que cheguei a Cuba. Percebi que o David que não tinha nada vive mais feliz do que muitos homens de negócios ricos que conheço em Nova Iorque. Pessoas que trabalham e se estressam tanto que mal tem a chance de aproveitar o dinheiro que ganha. E no final das contas, a vida passa rápido e nada se leva daqui.
Voltei pra NY com vontade de viver mais e me preocupar menos. De passar mais tempo com os meus amigos, de sentar pra conversar sem se preocupar com o tempo, e não usar cada hora livre pra fazer um trabalho extra.
A viagem pra Cuba acabou sendo muito mais que outro lugar lindo pra conhecer. Me tocou de formas que eu não esperava e mudou minha forma de pensar em relação a certos assuntos. Não vejo a hora de voltar e passar mais tempo pra poder aprender ainda mais com esse lugar tão incrível.
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